sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Quarta mensagem da minha mãe

Bom, não sei se já postei todas as outras 3, mas esta é a quarta mensagem que minha mãe nos mandou. Como sempre emocionante (e a mais bela de todas até agora).


QUARTA MENSAGEM – ÂNGELA ESTHER

Meus filhos queridos João Paulo e Helena, a sua benção mamãe Maria Benedita, como a todos que amo, que Deus seja, agora e sempre, a sua força.
Quanta emoção estou sentido neste momento em que nos vemos através das palavras escritas. Quando te senti, filho, em busca de um relato meu, foi possível controlar as emoções. Choro de saudade, dou a vocês o meu ombro amigo em todos os momentos, em momentos as nossas lágrimas oram juntas. Que sejam nossas lágrimas para aliviar o aperto no peito. Mas nada de tristeza.
Desde que as primeiras complicações surgiram, sentia que a luta árdua tinha dado início sem expectativa de melhora. Recebia medicamentos para tratar de algo e logo surgia outro problema.
Todos foram incansáveis ao meu lado. Não sei quantas noites foram as mal dormidas que estiveram ao meu lado para que não me faltasse carinho e atenção. Como tudo que os médicos pediam e iam em busca sem medir distância ou dinheiro.
Prosseguindo, lutei como uma onça para ficar um tanto mais ao seu lado. Quando começaram as visões do papai Walter compreendi que ninguém morre. Só temia demorar em vê-los à distância, mas logo me sentia, com o reencontro, que não estaria sozinha nessa nova caminhada.
Os dias foram seguindo e quando deu início aquela semana que finalizaria o meu tempo reprogramado, já me sentia bem como tivesse recebido todo o medicamento para a cura.
Só neste lado é que percebi que já estava me sentido desligando de forma visual de meu corpo físico. No momento um portal iluminado se abriu à minha frente e surge o papai. Quanta emoção senti ao abraçá-lo. Ainda ouvia o lamento doído de vocês que foi ficando distante e dormi como em meu tempo de criança.
Não senti ser levada para o Hospital das Flores onde receberia todo o tratamento feito pelo Dr. André Luiz para que o meu despertar fosse sem qualquer mal estar. Acordei, devido a similitude de ambiente, pensei: “me transferiram de local para que recebesse melhor tratamento”.
Como em um flash, acenos estavam no aconchego de papai se fixaram em minha mente. Me assustei, não percebi que já estava com meu corpo perispiritual. Como se aguardasse meu despertar, ele se aproxima e me abençoa. Foi emocionante, mas queria ter notícias, queria ter certeza de onde estava e que não seria uma visão.
Me abracei a ele e choramos. Ele me pediu calma, mas queria saber de vocês. Meus olhares zelavam a todos colocando em seus corações todo o bálsamo que estavam precisando. Me acalmei, pois já compreendia que poderia auxiliá-los à distância como quando de minhas incertezas ao papai recorria e logo era como um milagre. Tudo ficava bem.
Ultrapassei as minhas forças e recebi alta. Segui entre o papai e o médico que me davam amparo maior para a Colônia de Luz, um local que se parece com um conjunto de prédios, onde cada um tem o seu aposento. Ouvia o seu lamento e não tinha equilíbrio para vê-los.
Logo fui para a escola e muito proveitoso tem sido os ensinamentos. Já podem me considerar mais um anjo guardião, que sob as bênçãos de Deus e de Jesus os socorrem. Não há um só pedido de vocês que se perde, mas nem sempre é como pedem, mas como deve ser para seu crescimento espiritual.
Confiem, ninguém morre. Mudei para o andar de cima, mas continuarei sempre a sua mãe que muito os ama.
Filhos queridos, explicar o que meu coração sente neste momento é impossível. Vocês estão dentro do meu coração, como se houvesse retornado a pouco do mundo para o mais Alto. Por mais que agradecemos, não terei as palavras que merecem. Vocês foram a minha força, a minha segurança quando algo não dava certo. Souberam me compreender, me amar, sorrir comigo quando de nossos momentos sublimes. Como é gostoso lembrar-me da tranqüilidade que nos fortalecia a alma.
Ser sua mãe, para mim, é meu melhor troféu. Lembro-me dos nossos momentos e eternizem esses momentos, mas procurem esquecer a minha feição doente ou minha feição dentro da urna. Lá estava uma foto minha que em algum momento irá amarelar.
Procurei dedicar-lhes o meu melhor, mas mãe também tem momentos em que falta calma, por isso peço-lhes que me perdoem.
Confio, nada me faltou. Neste momento vejo suas mãos que me auxiliaram a seguir adiante junto com o meu coração reconhecido.
Mamãe querida, queria que nestas páginas tivesse iluminação para que pudesse ver o que sente o meu coração agradecido por me amar, me compreender quando dos meus altos e baixos. Não pense que poderia ter sido diferente. Ainda há muito o que a senhora precisa realizar, em especial para todos de nossa família.
Me desculpe por aqueles momentos que me faltou a paciência, abrace a todos por mim. Estou bem. Poderia estar melhor, mas a saudade, sendo uma inquilina em nossos corações, me faz respirar com tanta saudade a mais. Mas logo o papai me leva para um outro alojamento e me acalma, vendo o sofrimento dos que chegam e que são rejeitados pelos familiares. Logo penso: “minhas dores não são tantas”. As bênçãos são bem mais e sigo-lhes enviando todo o bálsamo que precisam.
Receba, mamãe, os abraços com carinho e saudade, como a todos de nossa família. Fica com Deus. É o momento de finalizar, foi uma forte emoção do começo ao fim, mas me sinto renovada por poder lhes dizer: “mudei de lugar, mas não mudei de coração”. Beijos a todos que amam e tchau.

ÂNGELA ESTHER
Nem preciso dizer que mal chegou ao final eu já estava em lágrimas, tamanha a saudade que eu sinto dessa pessoa mais que especial na minha vida. Mãe te amo mais que tudo, saudades de você também.

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