quinta-feira, 2 de junho de 2011

Paralisações em SP = caos



Hoje foi dia de paralisações da CPTM e dos ônibus da grande São Paulo. Resultado: caos... só não foi um caos total porque o Metrô não parou... ah, se o Metrô tivesse parado aí sim... não se consegue ir de um lado a outro da cidade...
E nem precisa ir assim tão longe... Qualquer caminho leva ao caos aqui na cidade de São Paulo... de Metrô, nos trens da CPTM, de ônibus, trolibus, carro, moto, bicicleta, cavalo, jegue, trenó, à pé... eita má administração e desvio de dinheiro público da peste.

Aqui está uma reportagem sobre as condições do Metrô na cidade de São Paulo:





“Há uma estimativa mundial de que a cada 2 milhões de pessoas, deveríamos ter 10 quilômetros de metrô no centro urbano, ou seja, com seus 20 milhões de pessoas ....o metrô de São Paulo deveria ter 200 quilômetros”, diz diretor do Sindicato dos Metroviários de São Paulo e operador de trem.

Por Elaine Patricia Cruz, Agência Brasil:

O metrô de São Paulo é o mais lotado do mundo. Diariamente, 3,7 milhões de pessoas circulam pelos 70,6 quilômetros de extensão da malha metroviária. Em 2008, quando foi considerado pela CoMet – um comitê que reúne os maiores metrôs do mundo – o mais lotado do mundo, São Paulo transportava 10 milhões de passageiros a cada quilômetro de linha. No ano passado, segundo a própria companhia, esse número passou para 11,5 milhões.

“Há uma estimativa mundial de que a cada 2 milhões de pessoas, deveríamos ter 10 quilômetros de metrô no centro urbano, ou seja, com seus 20 milhões de pessoas [vivendo] na região metropolitana, o metrô de São Paulo deveria ter 200 quilômetros”, disse Ciro Moraes dos Santos, diretor de Comunicação e Imprensa do Sindicato dos Metroviários de São Paulo e operador de trem.

Segundo ele, o nível de conforto dentro do trem pela média mundial deveria ser de seis usuários por metro quadrado. Mas, nos horários de pico em São Paulo, Santos afirma que esse número algumas vezes chega a atingir 11 usuários por metro quadrado.

“O que temos observado nos últimos tempos é a queda do conforto [no metrô] por conta do aumento brutal da demanda a partir de 2005, decorrente do bilhete único e das integrações gratuitas com a CPTM [Companhia Paulista de Trens Metropolitanos]”, disse José Geraldo Baião, presidente da Associação dos Engenheiros e Arquitetos do Metrô (Aeamesp).

Para Telmo Giolito Porto, professor de ferrovias da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, outro motivo que ajuda a explicar o aumento da demanda por esse meio de transporte é a qualidade do sistema. “O metrô é um pouco vítima de sua própria qualidade. O passageiro do metrô quer frequência e velocidade no trajeto total. O metrô de São Paulo tem essas características: é um sistema rápido, tem uma frequência bastante intensa, é seguro e limpo.”

Outro problema atual no metrô paulista é que, pela pouca quantidade de integrações entre as linhas, os passageiros do sistema acabam ficando sem opção de chegar ao seu destino se houver problema em uma delas. Isso ocorre, segundo o professor Porto, porque a malha ainda não está fechada, como ocorre em outros países do mundo onde há mais de uma linha para se chegar ao mesmo destino. “Nessas novas linhas que vão ser construídas teremos novas linhas radiais, que passam pelo centro e descarregam as atuais. Teremos algumas linhas que interligam as radiais e que vão permitir que se desafoguem pontos críticos”, afirmou ele.

Para suportar essa demanda crescente, Baião afirma que o governo precisa continuar investindo no sistema, com planejamento a longo prazo. Como metrô e trens são sistemas de alta capacidade, conseguindo transportar entre 50 e 60 mil pessoas por hora, o ideal seria continuar investindo no sistema e criando conexões entre os diferentes formas de transporte, tais como ônibus, monotrilhos e veículos leves sobre trilhos (VLTs). “Essa integração dos modais precisa ocorrer tanto fisicamente quanto por meio tarifário, com o bilhete único. Esse conjunto de medidas é que permite dar a solução para a questão do transporte nas grandes cidades”, disse Baião à Agência Brasil.

A base dos investimentos feitos no metrô de São Paulo são estaduais. Segundo o professor Porto, há uma previsão de que sejam investidos cerca de R$ 20 bilhões no metrô de São Paulo até 2020. Prazo em que ele considera possível atender à demanda da população, com as obras previstas.

A comparação mais frequente para demonstrar o atraso em investimentos no metrô paulista é feita em relação ao metrô da Cidade do México, que começou a ser construído praticamente ao mesmo tempo que o metrô de São Paulo, na década de 70, mas hoje com uma extensão de linhas bem superior.

“Mas acontece que a Cidade do México é a capital do país e, nas cidades em que são capitais, é o governo federal que investe pesadamente no sistema. O que não ocorre aqui no Brasil. O governo federal só colocou dinheiro na Linha 1, na década de 70. E depois nunca mais. O governo do estado é quem sempre teve que bancar”, explicou Baião.

Para o presidente da Aeamesp, o ideal seria que o transporte de São Paulo recebesse mais recursos do governo federal e que não fosse apenas por meio de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES). “Falta mais apoio do governo federal nessa questão de transporte.”

Para ele, também é necessário que as políticas de uso e de ocupação do solo e de transporte sejam feitas em parceria, para beneficiar a população que mora nas periferias da cidade. “As políticas devem ser integradas para que as soluções não fiquem isoladas, sem eficácia”, defendeu.




COMETÁRIO SETORIAL/SP - Essa justificativa de que o Metrô é pequeno por falta de recursos federais em parte é verdade, pois no governo Fernando Henrique, pouco foi investido no modal. Nos anos Lula o governo federal deu aval ao Estado de São Paulo para mais de R$ 7,7 bilhões em financiamentos em bancos multilaterais, no BNDES e recentemente na Caixa Econômica Federal. O governo federal já tem o compromisso com os sistemas de Natal, Maceió, Recife, Belo Horizonte e João Pessoa. Também tem financiado o metrô de Salvador, gerida por uma empresa municipal e que o TCU aponta várias irregularidades, dificultando o andamento das obras. Em Porto Alegre a Trensurb vai receber recursos para implantar o Aeromóvel. O governo federal também tem financiado a expansão do metrô do Rio de Janeiro. Por outro lado o Metrô de São Paulo tem sido alvo de várias investigações por superfaturamento, inclusive no exterior. Não apresenta uma gestão confiável, pois a linha 4 - Amarela está 5 anos atrasada, não por falta de recursos, visto que a obra foi financiada pelo JBIC e Banco Mundial. O atraso da linha 4 - amarela foi por um modelo adotado que visou passar a linha mais produtiva do sistema ao capital privado e não deu certo. Na linha 5 - Lilás, há previsão de recursos orçamentários que não serão gastos, por ter havido acerto entre as empresas, segundo noticiado na imprensa, para os lotes 2 ao 8. Há recursos para o Metrô de São Paulo, o que falta é transparência e boa gestão pública. Ademais, para aportar recursos orçamentários no Metrô paulista o governo federal deve exigir participação na administração da empresa. Não é possível uma empresa com o histórico do Metrô de São Paulo receber recursos sem que a Controladoria Geral da União faça uma auditoria e a inspecione e sem que o governo federal participe da decisão de que linhas serão construídas. Quando o governo do Estado aportou recursos ao Metrô e o muncípio de São Paulo não, esse tomou as rédeas da empresa. O certo é que o Metrô do México tem 201 quilômetros de extensão e o de Santiago do Chile, mais recente, 84 quilômetros. Não há justificativa para que um partido esteja há mais de 16 anos no governo e o Metrô de São Paulo esteja cada dia pior.


As linhas existentes hoje são apenas estes 70km de Metrô. As linhas Azul, Verde, Vermelha e um pedacinho da Amarela. O restante diz respeito aos trens da CPTM:


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