sábado, 20 de março de 2010

Para reflexão

Há sempre algo sublime no ar entre dois amigos de verdade.
Talvez respeito seja a palavra.
Afeto, certamente.
Cumplicidade?
Mais do que cumplicidade.
Sintonia?
Acho que é amor.
Só mesmo amando para você confiar a ele o seu próprio inferno.
E para não invejarem as vitórias um do outro.
Por amor, você empresta suas coisas, dá o seu tempo, é honesto nas suas respostas, cuida para não ofender, abraça causas que não são suas, entra numas roubadas, compreende alguns sumiços - mas liga quando o sumiço é exagerado.
Tudo isso é amizade com trato.
Se amigos assim entraram na sua vida, não deixe que sumam.
Porém, a maioria das pessoas não só deixa como contribui para que os amigos evaporem. Ignora os mecanismos de manutenção.
Acha que amizade é algo que vem pronto e que é da sua natureza ser constante, sem precisar que a gente dê uma mãozinha. E aí um dia abrimos a mãozinha e não conseguimos contar nos dedos nem dois amigos pra valer.
E ainda argumentamos que a solidão é um sintoma destes dias de hoje, tão emergenciais, tão individualistas.
Nada disso.
A solidão é apenas um sintoma do nosso descaso.

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